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Entidades recebem delegação de Portugal para debater gestão de resíduos urbanos

Entidades recebem delegação de Portugal para debater gestão de resíduos urbanos

Também defendida pelos empresários brasileiros, medida adotada pelas autoridades portuguesas para eliminar os lixões envolveu um sistema de regionalização da gestão de resíduos.

Uma delegação portuguesa, composta por autoridades, empresários e entidades setoriais, veio ao Brasil para discutir estratégias na área de tratamento de resíduos sólidos urbanos. Realizado no dia 31 de janeiro deste ano, o evento foi organizado pela Associação Brasileiras da Infraestrutura e Indústrias (Abdib), com o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de SP (Selur), da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP).

O objetivo do encontro foi conhecer as soluções de eliminação dos lixões desenvolvidas em Portugal e analisar as possíveis aplicações no Brasil. A principal medida adorada pelas autoridades portuguesas nesta área, também defendida pelas entidades brasileiras, foi o modelo de regionalização da gestão de resíduos a partir de consórcios municipais.  

Nos anos 90, Portugal tinha mais de 300 lixões e 0% de reciclagem. Com adesão à União Europeia, houve padronização de metas e estruturas em diversos setores econômicos e de infraestrutura, incluindo o de resíduos. Para atender metas impostas pela União Europeia, Portugal criou um plano em 1997 para eliminar os lixões do território português em cinco anos. Eles conseguiram cumprir. Em 2002, anunciaram o fim dos lixões, com 100% dos resíduos destinados para aterros sanitários.

Cumprida a primeira etapa, com a criação de uma primeira geração de infraestrutura de resíduos sólidos (aterros sanitários e estações de transbordo), Portugal passou a trabalhar na construção de uma segunda geração de infraestrutura, com objetivo de valorizar os resíduos sólidos: sistemas de gerenciamento dos fluxos de resíduos, coleta seletiva, sistema de logística reversa (no qual os fabricantes arcam com os custos da logística reversa).  Neste caso, vigora o conceito de “responsabilidade estendida”, conforme diretrizes da União Europeia, e não o de “responsabilidade compartilhada”, adotado pelo Brasil. 

Além disso, a meta de valorização incluiu investimentos para aproveitar o potencial energético dos resíduos (geração elétrica) e o potencial orgânico (compostagem) dos resíduos sólidos. Dessa forma, Portugal construiu um parque reciclador considerável, com muitas empresas e empregos.

“A proposta das entidades brasileiras para eliminar de vez os lixões no País segue essa mesma linha. Num primeiro momento, a ideia é implantar aterros regionais para atender toda a demanda nacional. Seriam necessários cerca de 500 empreendimentos espalhados em regiões estratégicas do País, para todo o resíduo gerado pela população tivesse destinação adequada. E, a partir, daí, ficaria aberto o caminho para o Brasil desenvolver e explorar novas tecnologias de valorização, comenta Carlos Fernandes, presidente da Abetre.

Íntegra das apresentações das autoridades portuguesas:

https://www.abdib.org.br/blog/2018/02/01/intercambio-portugal-brasil-modelo-de-gestao-de-residuos-solidos/