Início » Abetre participa da Conferência do Clima da ONU (COP-25)

Abetre participa da Conferência do Clima da ONU (COP-25)

Abetre participa da Conferência do Clima da ONU (COP-25)

Na Conferência do Clima da ONU (COP-25), representantes brasileiros do setor de resíduos e de transportes estavam com líderes globais para firmar compromisso de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEEs), contribuindo para conter o aquecimento global.


No dia 10 de dezembro, a Associação Brasileira de Tratamento de Resíduos e Efluentes (ABETRE) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) estavam na embaixada Brasileira em Madri, Espanha, para participar da “Mesa Redonda COP25: o papel dos Governos Subnacionais na Implantação da Agenda 2030”. O evento permitiu a discussão de políticas públicas e como elas poderão ser utilizadas na guerra contra as mudanças climáticas.


Na ocasião, também foi assinado o “Acordo Ambiental São Paulo”, junto do “Estudo Cenário de Baixo Carbono para a Indústria Paulista”, desenvolvido com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela CETESB, com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). As entidades signatárias assumirão um compromisso de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEEs).

Dentre os compromissos envolvendo a agenda dos líderes e autoridades do setor, houve o anúncio de lançamento do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), sistema on line. “Esta iniciativa garantirá a rastreabilidade dos resíduos, incentivará seu correto tratamento e evitará a proliferação de lixões ilegais. Assim, contribuiremos para reduzir o impacto dos resíduos sobre o clima e meio ambiente”, explica Luiz Gonzaga, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (ABETRE).


O convênio, firmado entre a ABETRE e a CETESB, tendo como Interveniente a SIMA – Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, permitirá que o MTR, um sistema de gestão da destinação de resíduos e efluentes, quando em funcionamento, auxilie as entidades reguladoras para que tenham acesso aos dados de resíduos transportados, como localização e o endereço do local de destino das cargas, permitindo que haja maior controle e fiscalização por parte das autoridades.



“O Estado de São Paulo, entendendo a importância de seu papel como governo subnacional, tem realizado um intenso trabalho na agenda climática”. O exemplo mais recente e´ o lançamento do Acordo Ambiental São Paulo, explica Patrícia Iglecias, presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). “Empresas e entidades dos setores público e privado fizeram ampla adesão que permite ao governo estadual identificar e estabelecer políticas públicas que visem ao cumprimento do Acordo de Paris”, conclui.



“Órgãos reguladores e líderes do setor precisam aproveitar essa janela da ONU. Caso contrário, o meio ambiente ficará ainda mais exposto ao volume de gases de efeito-estufa, que só aumentam com o crescente acúmulo de dejetos não tratados. No Brasil, a cada 10 locais de destinação final de resíduos, sete são lixões”, diz Gonzaga. Segundo Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, em 2018 foram emitidos 1,939 bilhão de toneladas de CO2 no País.



“Para se ter uma ideia, uma boa parte dos Estados brasileiros ainda não adotaram o MTR”, resume Gonzaga, ao indagar que o número será reduzido com a implementação do manifesto. A destinação incorreta dos resíduos sólidos é um dos principais problemas ambientais que afligem o meio ambiente.



Os lixões estão presentes em mais da metade dos 5.570 municípios brasileiros, alerta a Abetre. A cidade de São Paulo é um bom exemplo. O município possui três aterros sanitários, que recebem todos os resíduos regulares da cidade, mas, mesmo assim, segundo a prefeitura, o primeiro quadrimestre de 2019 registrou cerca de 2.500 pontos de destinação irregular.



“Resíduos da construção, por exemplo, precisam ir para locais adequados, mas sem adoção e aplicação do MTR, podem ser jogados em praças ou terrenos baldios, agravando a situação ambiental e servindo de criadores de vetores de doenças e poluição ambiental”, informa Gonzaga. “A situação fica mais crítica em municípios fora do eixo Sul-Sudeste, que não possuem nem aterros adequados para disposição dos resíduos”.



Atualmente, quatro Estados brasileiros já adotaram o MTR: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina.


Parceria de longa data, em 2019, a Abetre foi eleita entidade presidente da Câmara Ambiental do Setor de Resíduos Sólidos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O mandato será de dois anos, período em que atuará juntamente com outras entidades do setor em busca de soluções para os problemas de coleta, destinação e tratamento dos resíduos sólidos e dos efluentes.

Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação